![]() " Dois Ébrios"
Lembrado aqui o lindo soneto alexandrino do poeta Alceu Wamosy: "Duas Almas". Vou transcrevê-lo, seguido de paródia minha. DUAS ALMAS Ó tu que vens de longe, ó tu que vens cansada, entra e sob este teto encontrarás carinho; eu nunca fui amado e vivo tão sozinho, vives sozinha sempre e nunca foste amada. A neve anda a branquear lividamente a estrada e a minha alcova tem a tepidez de um ninho, entra, ao menos, até que as curvas do caminho se banhem no esplendor nascente da alvorada. E amanhã, quando a luz do sol dourar, radiosa, nesta estrada sem fim, imensa e nua, podes partir de novo, ó nômade formosa. Já não serei tão só, nem irás tão sozinha, há de ficar comigo, uma saudade tua, hás de levar contigo uma saudade minha! .............................................................................................. DOIS ÉBRIOS` Ó tu que vens da rua, ó tu que vens chumbada, adentra neste bar e encontrarás bom vinho; sentado neste canto eu bebo tão sozinho, se bebes quanto eu, serás acompanhada. A Rota por aí, já faz sua caçada e junto com bebida eu te darei carinho; entra, ao menos, até que curvas no caminho daqui saias fazendo de tão embriagada. Quando o dono do bar, em bronca já raivosa, mostrar a mim e a ti, a direção da rua , saiamos, sem demora, ó bêbada famosa. Não seguirei tão só, nem irás tão sozinha, amparado andarei na companhia tua, escorada andarás na companhia minha! Edson Freire
Enviado por Edson Freire em 26/02/2011
Alterado em 09/11/2012 Comentários
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